Wagner Moura; 2021
Marighella
Decidido a lutar contra o regime militar, Marighella deixa para trás seu filho para pegar em armas, tornando-se um notório inimigo da ditadura.
Marighella foi rodado em 2017 e exibido pela primeira vez no Festival de Berlim em 2019, onde lotou a sessão e a equipe do filme realizou alguns protestos com placas de Marielle Franco. Passou por mostras cinematográficas internacionais, como as de Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo. Teve sua estreia nos cinemas brasileiros em 4 de novembro de 2021 após três tentativas frustradas: 20 de novembro de 2019, Dia da Consciência Negra, cancelamento realizado pelo Ancine; 14 de maio de 2020 e 14 de abril de 2021 com o fechamento dos cinemas devido a pandemia de Covid-19. Em agosto de 2021 o setor de análise técnica e seleção de projetos da Ancine encaminhou o projeto de lançamento comercial do filme Marighella para arquivamento, alegando que a O2 havia desistido do processo. A produtora negou que tivesse feito qualquer comunicação nesse sentido e, horas depois, a agência alegou ter havido um erro, além de admitir uma nova inscrição para o filme. Para a Folha de S. Paulo, Wagner Moura definiu os conflitos com a Ancine como censura: “Não tenho a menor dúvida de que o filme foi censurado. As negativas da Ancine para o lançamento e, depois, o arquivamento dos nossos pedidos não têm explicação. E isso veio numa época em que o Bolsonaro falava publicamente sobre filtragem na agência, que filmes como Bruna Surfistinha eram inadmissíveis, que não ia dar dinheiro para financiar filmes LGBT”.
Data de lançamento
04/11/2021
Duração
2h35min
Gênero
Biografia/Ação
Direção
Wagner Moura
Roteiro
Felipe Braga e Wagner Moura
Baseado no livro Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo (Magalhães).
Produtoras
O2 Filmes, Globo Filmes, Paris Filmes, ArtMattan Productions, Elle Driver
Distribuição
Paris Filmes
Elenco
Seu Jorge; Bruno Gagliasso; Luiz Carlos Vasconcelos; Humberto Carrão; Jorge Paz; Bella Camero; Henrique Vieira; Ana Paula Bouzas; Guilherme Ferraz; Rafael Lozano; Adanilo Reis; Guilherme Lopes; Charles Paraventi; Herson Capri; Carla Ribas; Adriana Esteves.
Público
298.496
Renda
R$ 5.765.371,25
Salas no lançamento
267
Filme brasileiro mais visto em 2021.
Lumiere Cinema; Hayti Heritage Center; Cinema Arts Theatre; SIFF; Rafael Film Center; ACME; creening Room; Symphonie Space; Belcourt Cinema; Aperture Cinema; Cinemapolis; Laemmle Theatre; AFI; Cinema Tropical; BAM; Loft Cinema; Cinema SF; Cinema Detroit; Taking Over; Nightlight Cinema; Lark Theatre; Sol Cinema Café; Downing Film Center; Amherst Cinema Arts Center; Paradigm Cinema; Cinema Lamont; Stuart Cinema Café; UCLA Latin American Institute; Int. Latino Cultural Ctr. – Chicago; Lumiere Cinema LA.com; Honolulu Museum of Art; NYADIFF 2019; NYADIFF 2019; Museum of Fine Arts, Boston; Minneapolis St. Paul International Film Festival; Denver Film Society.
Mídia
PRODUÇÃO
Marighella e circuitos comunicacionais
narrativas transbordantes
Sandra Fischer
Universidade Tuiuti do Paraná
Aline Vaz
Universidade Tuiuti do Paraná
O estudo, assumindo a comunicação como partilha do sensível (RANCIÈRE, 2009) entre indivíduos e setores da sociedade, ocupa-se do filme Marighella (Wagner Moura; Brasil, 2021) tomado como fenômeno comunicacional, observando nas narrativas que ali têm lugar a forma como transbordam da tela do cinema para matérias jornalísticas e postagens em redes sociais. A análise concentra-se nas estratégias estéticas e comunicacionais que no filme (e além dele) funcionam como mobilizadoras de interações sociais (BRAGA, 2017). Constata-se que o produto cinematográfico configura um fluxo comunicacional que começa antes da realização do filme e continua depois de seu lançamento. Marighella, especificamente, multiplica-se na diversidade dos dispositivos midiáticos da contemporaneidade, assim tornando-se parte de discursos contrapostos, alvo de críticas e símbolo de resistência.